Este custo é um dos principais focos da empresa em 2016. Os produtos que saem da planta instalada em São José dos Pinhais, Paraná, precisam de insumos que vêm de fora. A cada linha de equipamentos lançada, um novo set de reagentes é criado. Depois de criada a demanda de mercado, estes itens passam para os chamados regional headquarters, que são as fábricas principais em diferentes partes do globo. Para substituir as linhas em comercialização aqui é preciso aguardar, então, o envio dos novos sets da matriz, no Japão, para Chicago, fábrica que atende as Américas e, depois, remessa ao Brasil. “Com a turbulência do câmbio, imagine o custo de trazer estes reagentes do outro lado do mundo”, comenta o gerente geral.
José Roberto Floresta também ressalta que, fora essa questão, é preciso considerar a concorrência. Nacionalizar a produção traz maior competitividade, principalmente frente aos fabricantes dos reagentes chamados “genéricos”, que podem ser utilizados em diferentes tipos de equipamentos. Além disso, proporciona maior margem de negociação, menor risco de perda com transporte e, principalmente, diminuição do custo para o cliente final. “Os processos de transferência são lentos e nada simples. São padrões internacionais rigorosos, que exigem bastante tempo das equipes industriais e de planejamento”.
Um grande obstáculo para essas transferências, que entre pesquisas e implantação levam de seis a doze meses, é encontrar fornecedores nacionais que viabilizem a produção atendendo os preceitos da matriz e de todos os órgãos regulatórios, o que é visto pela multinacional como importante movimento da cadeia, criando oportunidades numa área com poucas opções. “Nossa visão é a mais otimista possível, com expectativa de que a nacionalização dos reagentes seja importante para a Sysmex e boa para a economia do Brasil”, finaliza Floresta.